Qual a corrente filosófica que mais se aproxima da sua sensibilidade?

domingo, 9 de dezembro de 2012

Retratos da Palara Ninguém" ( A Psicanálise do O Passeio higienico


Quando eu era criança, o meu pai costumava levar-nos a passear a seguir ao jantar, pela fresquinha da noite, fosse de verão ou Inverno, (que no Algarve os Invernos não são muito rigoroso s),  à Rua das Lojas em Faro (Rua de Santo António).  Todas as cidades calmas e monótonas, têm uma rua das "lojas", onde as famílias costumam passear e cumprimentar os amigos  e as outras famílias que também costumam fazer o seu passeio “higiénico”!! Jantávamos e de seguida íamos ao café, depois andar um bocado a ver as montras, o meu velho  Pai chamava-lhe:  O " Passeio Higiénico" !!!!

                Embora eu nunca tenha percebido bem o  porquê dessa sua designação quando se referia ao passeio diário, já quase institucionalizado no seio da nossa família, tinha uns certos “Insigths” do porquê desse passeio ser chamado assim,  de cada vez  que ele olhava discretamente ao redor, e não via ninguém, dava um "Pum"  (peido) disfarçado com pouca sonoridade, e todos ríamos!!!! A minha falecida mãe (Uma fervorosa adepta de Freud, cuja biografia  lia vezes sem conta nos livros de “Bolso”, e nas chamadas revistas cor de rosa da época)   é que o repreendia logo dizendo :

----" Apesar de Freud costumar fazer a Psicanálise no Divã no contexto do Setting analítico onde fazia a Psicanálise com o paciente deitado, Freud também costumava andar cerca de 3 quilómetros na companhia do paciente embrenhado nos campos que circundavam o seu consultório, andando e analisando, analisando e andando, era uma óptima maneira de oxigenar o cérebro enquanto fazia a Psicanálise ao seu paciente! Mesmo antes da moda do Divã, o passeio higiénico já existia, segundo a minha Mãe, que representava  a nossa família tradicional Portuguesa dos princípios dos anos setenta do seculo passado em Portugal.

Uma “boa” família tradicional Portuguesa nessa época teria que ir à catequese ao sábado, passando pelo confessionário, e  à missa ao Domingo, receber a hóstia como prova da confissão da véspera, onde de todas as vezes que ia o meu Pai teria que referir certamente o número de “puns” dados em todos os passeios higiénicos nesse saudoso ano antes da revolução de Abril de 1974!

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