O Sentir do Pensar! PARTE II
Embrenho-me pelas vielas;
Vou dar a um beco!
Beco do Pinheiro Chagas!
... Militar por formação,
E Poeta por vocação!
Um gato mija na parede,
Arde um fogareiro,
De sardinhas,
Qualquer pessoas que entre,
Corre o risco,
De ser tomada por intruso,
Qual condomínio fechado de pobres,
Casas de gente humilde,
Poucas com mais de duzentos anos,
Pescadores por imposição,
Da lei,
Embrenho-me pelas vielas;
Vou dar a um beco!
Beco do Pinheiro Chagas!
... Militar por formação,
E Poeta por vocação!
Um gato mija na parede,
Arde um fogareiro,
De sardinhas,
Qualquer pessoas que entre,
Corre o risco,
De ser tomada por intruso,
Qual condomínio fechado de pobres,
Casas de gente humilde,
Poucas com mais de duzentos anos,
Pescadores por imposição,
Da lei,
da vida,
Da sobrevivênvia,
Olhão!
Da sobrevivênvia,
Olhão!
Mais à frente a casa,
Onde viveu um ilustre anónimo,
O Matchim,
Que vivia com a sua prostituta,
Que vendia pacotes;
De heroína,
O sub-Mundo;
Daqueles anónimos,
Que não apreciam muito,…
O Mundo!
Mais à frente o Arco,
E a entrada na rua,
Das lojas,
Calcetada,
De forma artística,
Vou subindo embrenhado,
Nos meus pensamentos,
E dou de caras,
Com a casa do Pintor,
O alemão que dava,
Abrigo,
A jovens prostitutas,
Sigo rua das lojas acima,
E chego ao café,
Onde pela primeira vez,
Vi a Sabrina,
Sentada naquela mesa do canto,
Uma alemã de Berlim,
Das portas de Bradenbburg,
Com a qual reparti a vida durante,
Cinco anos!
Olhão!
As pessoas movimentam-se,
Andam na estrada,
Aqui neste stio,
As pessoas ainda existem,
E precedem os automóveis,
As pessoas aqui têm prioridade,
E ai do forasteiro,
Que não o saiba!
Também me lembro do Lucas,
Moço do Liceu,
Inteligente e filósofo,
Que nesse tempo se apaixonou,
Pela nossa jovem professora,
De filosofia,
Eglantina,
Essa cujo nome,
Foi o avõ que lho deu,
-dizia ela-
Ao ler um livro que tinha gostado muito,
Do mesmo nome!
Lucas!
Moço de Olhão,
48 anos!
Morto por Overdose!
Olhão!
Faço inversão,
Volto à ria,
Aos empreendimentos,
Construídos,
Sobre alicerces,
De ganância e lucro,
Da especulação,
Imobiliária,
Aqui morreu de AVC,
Aquele tipo muito conhecido,
Que não era anónimo,
e dos mais ricos da região!
Condomínios dos ricos,
em frente aquela paisagem,
sopra uma aragem,
e no largo da feira,
vagueiam três cães!
O tempo ainda anda lento,
Aqui na minha terra de Olhão!
Subo! subo......
Quando chego ao bairro dos Indíos,
lembro-me,
de como aquelas casas,
foram ocupadas,
pelas familias,
mais humildes,
de entre todas as de olhão,
a seguir à revolução de Abril,
não eram índios,
eram pescadores,
gente sem casa,
sem abrigo.....
Era eu,
pouco mais que
um menino,...
Subo mais um pouco,
avisto o campo do Cassiano,
e dou cem passos,
e estou na casa onde nasci!
Olhão Livre, Vila da Restauração