Qual a corrente filosófica que mais se aproxima da sua sensibilidade?

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

"Luana e o Mudo"! aceito quem queira publicar sem levar nada! :_)

O Mudo sabia (ou desejava) que a genética não fosse um conceito estático e determinista, ao serviço daqueles a quem isso interessaria, mas sim um conceito dinâmico, subjectivo…Não como a maioria dos cientistas e estas figuras de “autoridade” pretendem que seja, para explicar certos comportamentos, posturas, traços, doenças, estatuto social, o ser Rei e ter sangue azul, enfim tudo ou quase tudo... Por isso, não faz qualquer sentido culpar Caim pela morte de Abel, nem Judas Iscariotes pela traição a Cristo, pois se o Destino já existe, em forma de conteúdo genético, tudo poderá ser considerado “doença” ou Pré-destinado (à priori e aceite de forma passiva), o único livre arbitrio do homem será cumpri-lo....Não tinha culpa de ter nascido para aquilo, afinal a escolha não seria sua mas de um qualquer deus menor, armado de argumentação sem direito a replicação, e afirmando a sua genética castradora da liberdade humana, ou seja dos seus (supostos) filhos e desígnios...
Um cientista menor armado em Deus.... Se a vida é um "destino" apriori entao os seus interpretes não passarão de simples actores! (Pensava o Mudo sobre o que poderia ter sido a argumentação de Judas para advogar a sua causa).
Por isso, o Mudo pensava que podia moldar a sua genética através do comportamento quotidiano, ou seja, em última análise se quissesse eliminar dos seus genes a emoção “Medo”, mesmo que este sirva para forma adaptativa, teria que adoptar no presente, comportamentos onde o “Medo” não fizesse parte do seu quotidiano . Após repetição sistemática destes comportamentos no dia a dia, o aperfeiçoamento desta nova emoção (ou da sua ausência), faria com que se “inculcasse” no código genético, para o transmitir, nessa nova forma, às gerações posteriores. "Evoluindo", depois, até aos próximos espécimes não sentirem qualquer emoção de “Medo”. (Parece que darwin está a dar voltas no túmulo ao ouvir isto). Risos.....
A genética, não de uma forma que a “genética faz a gente”, mas de outra maneira: A “gente é que faz a genética”! Mas, segundo costumava dizer, chegou-lhe aos ouvidos que Darwin discordava de Lamarck , nesse ponto...O mudo não queria saber...Era Livre...
O famoso caso do tamanho do pescoço das girafas, ilustrava bem o que o Mudo pensava sobre o que o Lamarck e o Darwin argumentavam...O tamanho das palavras que ele pensava, era independente da sua expressão verbal...As palavras existiam na sua cabeça, e exprimiam conceitos. Para quem as quissese ouvir que exercitasse a habilidade telepatica....
Não eram propriamente folhas de árvores muito altas que o Mudo queria apanhar, mas sim pensar em palavras sobre o significado da sua própria existência, sobre o significado da existência de todos nós.....Mesmo que essas palavras fossem surdas e ninguém as pudesse ouvir.....:-(O caso paradigmático das borboletas (branca e preta) ilustram bem a variante "parasita" das teorias de Darwin, e o Mudo sabia-o...
Se na época Vitoriana os defensores destas teorias Darwinistas as quiseram aplicar ao campo sociológico, com o objectivo de dominar a massa operária, alegando que o sucesso dos operários dependia da sua adaptação, ou não, às jornadas de trabalho diário de 16 horas, a adaptação da rica burguesia ou dos nobres falidos, à vida de falso ócio era bem mais fácil....
Então para quem procura um mórbido determinismo na evolução das espécies, e o apregoa, para justificar até, quem tem o direito de nascer com sangue "azul” ou Real, ou então “pobrezinho”, ver que a espécie de borboletas que sobrevivia dependia do contexto e que este contexto podia ser manipulado pelo Homem, devia constituir motivo de reflexão...
O Mudo explicou uma vez que perto de Manchester, na Inglaterra, berço da Revolução Industrial, nos finais de 1700, havia uma linda floresta com árvores lindas onde existiam espécies de borboletas, umas brancas e outras mais escuras...As brancas existiam em muito maior número do que escuras porque as arvores eram de casca clara, e as borboletas brancas podiam assim dessimular-se melhor que as pretas, as quais habitualmente eram vitimas de passarinhos esfomeados....Esta cor era facilmente identificada e os seus espécies comidos e “exterminados” inapelavelmente por esses terriveis predadores...Esses passarinhos esfomeados!
Mas depois de terem construido dezenas de fabricas perto da floresta, o fumo das chaminés começou a sair e a contaminar as àrvores, a poluição era muita, e estas ficaram tisnadas de fumo preto....A partir desse fenomeno contextual, as posições inverteram-se!
O Mudo franziu um sobrolho e disse: - Que se cuidem agora as borboletas Brancas!
E continuou:
- Se isto se chama evolução das espécies, estas podem depender do contexto inventado pelo próprio Homem, como no caso descrito da Revolução Industrial, haverá nesse caso controlo sobre as variáveis que ditam a extinção de determinada espécie, incluindo a espécie humana!? Então o paradoxo da Teoria de Darwin, é que o Homem (afinal) não necessitará de se adaptar para sobreviver nem ser bem sucedido...Ter o seu lugar na sociedade e no mundo mesmo que não se “adapte” e partilhe ideologias, crenças e sistemas que não sinta como sendo as suas. A não ser que os passarinhos da floresta de Manchester se "metamorfaçam" em ditadores ou "policias" do mundo, em pessoas que com o seu poder nos obriguem a ser borboletas da cor que não queremos ser, e nos castiguem por isso. Concluiu por fim o Mudo, em palavras que ninguem ouviu, excepto aqueles que compreendem a liguagem do pensamento, ou o movimento dos lábios...
E continuou, impávido e sereno na sua magreza vestida em calças de ganga e humilde casaco já gasto, os cabelos picarsos desgrenhados ao vento, nos subúrbios da cidade...Na estrada que dá acesso à grande Catedral do Consumo, essa grande superficie onde se pode consumir de tudo.
Censurado pela noite fria de Natal, pela solidão, e pelas pessoas de estatuto social elevado que lhe olhavam de soslaio, com ares de superioridade, algumas delas com a insana estupidez de terem orgulho da sua rica vivenda, construida com o dinheiro dos pais, ou do seu Lexus último modelo, cedido pela empresa onde “exercem” funções administrativas, exibindo quocientes de inteligencia de que o Mudo se envergonhava, ele afinal tinha uma coisa que não estava à venda, e que ninguém lhe poderia comprar. A gerencia do seu proprio tempo e o seu conhecimento!
E o Ser continuou a ler mais processos…Embrenhado na história…
In"Luana e o Mudo" a publicar brevemente (aeitam-se patrocínios pois estou "teso"! by J.P.

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