Beijo a lâmina
Que me irá cortar
E sangrar
A espada já pende
Sobre a minha cabeça
E o sangue
Que me irá purificar
Dos pecados do mal
Que tenho exercido
Em breve irá jorrar
Tal condenado
Por crimes de ética e moral
Beijo-a e torno-a a beijar
Qual loucura
Sem consciência da minha dor
Já sinto o frio do aço
Nos meus lábios
Ávidos de Amor
Mas estranhamente sinto
Um orgulho masoquista
Que me faz sentir prazer
Naquilo que percepciono
E que vou fazer
Orgasmo daquele beijo fatal
Como se estivesse já beijando
A tua ausência
De paixão e Amor
Letal
Beijei-te e bebi
Do teu anel com cianeto
E com isso me senti liberto
Ferido de Morte
Vitima da minha sorte
Moribundo
Recordo o Amor profundo
Essa palavra tantas vezes
Em vão repetida
O Amor que me aquecia
Do frio daquela espada
Que me protegia
Do frio daquela lâmina
E me resguardava
Da placenta
Da minha anonimidade
Alguém
A quem
algures no Tempo
Eu chamei inutilmente
Com palavras surdas
Ainda me poderá vir
Ressuscitar
Do veneno que provei
Da espada onde me feri
Por ela vivi e morri
Morri e vivi
Novamente
Só estou esperando
Por ela
Por a poder beijar
E me engasgar
Novamente
No seu caroço
De fruto venenoso
Sou um Borderline
Do Amor
Condenado eternamente
Por crimes
De ética e Moral
Aqui Jaz eternamente
um momento
um bocado de Amor
efémero
02-01-1995-\-29-08-2013
J.P.
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