Qual a corrente filosófica que mais se aproxima da sua sensibilidade?

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Carta a minha mãe

Quando apresentei a minha tese de licenciatura de psicologia, ramo de clinica ao Júri, foram ainda algumas pessoas que foram assistir a esse momento inolvidável para mim , em que fui premiado com 18 valores, e todas as criticas foram positi...vas e elogiosas, eu nem queria acreditar, pois não estava habituado a tantos elogios, e apenas balbuciava timidamente sem saber o que me estava a acontecer, tal a importância e significado que aquilo tinha para mim, um sonho de criança da minha mãe que ela nunca chegou a concretizar devido a carências económicas, e tudo o que essa frustração, sei-o agora passados estes anos todos, tanto a influenciou durante a vida, e contribuiu para a doença de nervos que haveria de a perseguir durante toda a vida : “Obrigado” …balbuciei eu….Dediquei esse momento à minha mãe do espaço das dedicatórias, pois ela nunca chegou a ver em vida o filho se ter licenciado NO CURSO QUE ELA TANTO ADORAVA ter conseguido tirar, ela própria, em vez de ter trabalhado depois como telefonista uma vida inteira para dar de comer aos filhos! Esse desgosto nunca lhe passou, soube-o depois e até escrevi sobre isso no livro “retratos da palavra ninguém”!, Toda a gente gosta de analisar os outros e a si próprio, pois bem, as minha motivações admito-o agora sempre passaram pela minha mãe…Que se existe Céu, esteve lá a ver-me concretizar o sonho que ela nunca concretizou, ficou feliz eu sei! A minha motivação inconsciente sempre foi ela, sempre foi o desejo de lhe poder provar que eu era capaz! Capaz de engolir todos os sapos que se têm que engolir durante 5 longos anos, em que encontra-mos de tudo, umas vezes para nos deitar abaixo outras na amizade sem interesse. Sempre fui amigo dos meus colegas e muitas vezes facultei o que tinha e o que não tinha em termos académicos antes dos exames, na base da amizade, coisa que muitos não souberam retribuir, mas nos não estamos cá para esperar facilidades, nem para dar com interesse de receber depois! Mãe, engoli muitos sapos, sei que sabes disso, mas nunca desisti, nunca parei um momento, nem de trabalhar enquanto estudava, e paguei as minhas propinas a tempo e horas e realizei-o de seguida sem nunca ter chumbado um ano. Nem a nenhuma cadeira excepto no primeiro de todos a Psicologia cognitiva em que tive 8, 9 mas passei no segundo exame com 14, fora isso mãe! FORAM FAVAS CONTADAS! Com muito esforço é claro e motivação, aprendi por exemplo entre outras coisas, o estilo de vinculação que me deste quando eu era pequenino e que nunca o tinha compreendido até então! Compreendi porque agias assim, mãe, tão criticada por quem não te compreendia, a psicologia ensinou-me a compreender te melhor, a ti e a mim!...Bem ajudou-me em muitas coisas, e noutras que não têm solução! Bem a conversa já vai longa, e se não te importas vou dedicar este trabalho de dissertação agora desta tese de Mestrado em Neuropsicvologia e neurociências cognitivas a meu pai, que também merece, e de onde estás o consegues ver já velho, e cansado desta vida terrena. Tu compreendes, vou apresentar este trabalho no próximo mês, estou só a acabar o PowerPoint, para apresentar a este júri, se não me deixarem apresentar, devido a ter muitas propinas em atraso no pagamento desta vez, pois não sei, logo se vê. Só te queria dizer que quando falavas em mau sentimentos e eu gozava com isso, admito agora que falavas verdade, existem maus sentimentos como o ciúme e a inveja, que eu não tinha, ainda dado por isso. Estou a chegar ao fim de mais esta etapa, Mãe, desta vez não tenho amigos para irem assistir à minha defesa de tese, como o tive na licenciatura, mas os tempos mudam e os amigos também, eu nunca invejei ninguém, nunca desejei ma a ninguém, porque sei que isso também pode acontecer connosco e ninguém gosta disso. Apenas convidei aquela moça que gosto que se chama Eva, para vir a Faro assistir, mas duvido que venha, ela tem outras prioridades. Mãe a escrita já vai longa, e eu estou até com uma terrível tendinite, peço-te que zeles por mim aí de cima se conseguires, se não também não faz mal, a gente sabe como as cunhas são injustas! Beijo!

PS. O meu irmão continua desempregado!
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